O Estado irá criar um fundo, operacionalizado pelo Bandes, para investir em empresas de inovação ou aperfeiçoamento do ambiente produtivo ou social em diferentes setores
O governador do Estado, Renato Casagrande, anunciou novas ações dentro do Plano Espírito Santo – Convivência Consciente, e uma delas está centrada no Fundo Soberano, que terá uma ramificação focada em Inovação e Desenvolvimento por meio do Fundo Exclusivo de Investimento em Participações (FIP). Este fundo será o maior da categoria venture capital da atualidade no País, tendo aporte inicial de R$ 250 milhões.
A segunda ação divulgada está associada ao monitoramento das medidas do Plano Espírito Santo, por meio de um site específico que concentrará todas as informações e seus indicadores para a ampla participação da sociedade junto à administração pública estadual.
O Espírito Santo é o primeiro estado da federação a ter um Fundo Soberano, o Funses, criado a partir de recursos próprios provenientes dos royalties do petróleo e sancionado por lei em 2019. O Funses, que é gerido por um Conselho Gestor, irá abrir chamada pública para seleção de gestores para estruturação de Fundo Exclusivo de Investimento em Participações (FIP), que será operacionalizado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
Esse fundo será destinado a investir, preferencialmente, em empresas que tenham a sua atividade principal voltada para a inovação ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social em diferentes setores como Tecnologias da Informação e Comunicação; Nanotecnologia; Varejo e Comércio Eletrônico; Economia Criativa, Serviços Financeiros; Economia Digital; Educação; Saúde e Ciências da Vida; Energias Renováveis; Químico e Materiais; Meio Ambiente; Agronegócio; Metalmecânico; Transporte; Logística; Rochas Ornamentais; Economia do Turismo e Lazer; Madeira e Móveis; Confecção; Têxtil e Calçados.
“Estamos dando um passo fundamental que mostra maturidade do Espírito Santo e a nossa preocupação com o futuro dos capixabas. Temos uma cultura de gestão que vai além dos quatro anos de um mandato. Estamos usando recursos do presente para sustentar o futuro.”
Ainda segundo Casagrande, o governo tomou a decisão de usar uma riqueza finita, que é o petróleo, para investir no futuro. “Também é mais um passo do Plano Espírito Santo para que possamos retomar nossas atividades econômicas e proteção ao emprego. Somos um estado pequeno, mas temos o maior fundo de proteção ao emprego e o maior fundo de venture do País. Não será o governo do Estado que fará essa aplicação, essa prospecção será realizada por essa empresa”, afirmou.
Por meio da chamada pública, será realizada a seleção da empresa responsável pela gestão do FIP. Sua vigência será de 10 anos, prazo que poderá ser prorrogado por mais dois anos. O FIP terá patrimônio inicial de R$ 250 milhões e poderá atingir até R$ 500 milhões em recursos. Com o FIP, o governo pretende atrair e prospectar novos negócios, já que o capital investido será destinado a projetos de empresas que tenham ou venham a ter investimentos no Estado ou em todo território nacional, desde que tenha sede fiscal no Espírito Santo.
O secretário de Estado de Desenvolvimento e Inovação, Tyago Hoffmann, declarou que o Estado dá mais um passo importante colocando em evidência seu planejamento e visão de futuro a partir da tomada de decisão de maneira coerente, transparente e participativa. “O Estado tem grande potencial devido à sua localização estratégica, aliamos a isto outros indicadores econômicos já conquistados, como a Nota A no Tesouro Nacional, a agilidade na abertura de empresas, os incentivos fiscais e a mão de obra qualificada. Todos se somam num cenário positivo e favorável a investimentos. Com o FIP daremos mais um salto em direção à inovação, que já é realidade no mercado mundial”, pontuou Hoffmann.
O diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Munir Abud, ressaltou que esta nova modalidade será uma ferramenta de atração e de crescimento de empresas no Estado.
“Este será um dos maiores fundos de investimentos em participações do País, uma forma de consolidarmos o ambiente de investimento no Estado, tudo com celeridade e transparência. O FIP poderá atuar encorpando as empresas e dando solidez para que se possa retomar a dinâmica econômica nos próximos anos”, afirma Abud.
Plano Espírito Santo
O segundo anúncio feito pelo governo foi o lançamento do site do Plano Espírito Santo – Convivência Consciente (www.planoes.es.gov.br), que traz um conjunto de ações envolvendo órgãos do poder público e o setor produtivo para promover o desenvolvimento econômico, priorizando as pessoas com objetivo de reduzir os impactos sofridos pela população capixaba em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
No portal, estão disponíveis as principais informações que envolvem o Plano Espírito Santo, desde os seus eixos de atuação, principais metas, legislações e publicações. O Painel de Monitoramento relaciona os indicadores em quatro agrupamentos, sendo eles: Atividade Econômica, Ambiente de Negócios, Preços e Crédito e Mercado de Trabalho.
O site foi construído com a participação do governo e de parceiros como a iniciativa privada, entre os destaques a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Movimento Espírito Santo em Ação.
“Todos terão acesso à informação de maneira contínua e detalhada sobre os investimentos públicos e privados até 2022. Com isso, torna-se possível identificar os principais projetos por município, por região, setores dando uma visão ampliada para o cidadão e investidores”, pontuou a subsecretária de Projetos de Desenvolvimento Econômico da Sectides e secretária executiva do Plano Espírito Santo, Fabrine Shwanz.
Fundo Soberano
O Fundo Soberano é uma forma de guardar as receitas do presente para garantir o futuro das próximas gerações, para que o Estado não fique dependente da exploração do petróleo. O Funses está associado aos empreendimentos estratégicos no Estado, é gerido pelo Conselho Gestor do Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (Cogef) e deve receber entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões por ano.
Plano Espírito Santo — Convivência Consciente
É um conjunto de ações envolvendo órgãos do poder público e do setor produtivo para promover o desenvolvimento econômico, priorizando as pessoas, com o objetivo de reduzir os impactos sofridos pela população capixaba em decorrência da pandemia da Covid-19. São previstos mais de R$ 32 bilhões em investimentos dos governos federal, do Estado e do setor privado até o final de 2022. A estimativa é de que sejam criadas mais de 100 mil vagas de emprego.