No mundo existe um forte movimento de celebridades que investem em seu lado empreendedor e lançam marcas de roupa, maquiagem e artigos de decoração. Ultimamente, um produto tem se destacado nesse mercado: muitos famosos também estão lançando suas próprias bebidas, de olho em prazer e negócios lucrativos.
David Beckham tem seu próprio uísque, Justin Timberlake tem sua própria tequila, Pharrell Williams tem seu próprio licor, Snoop Dogg tem vinho e licor. George Clooney criou com amigos a tequila Casamigos e depois vendeu a marca para a Diageo por US$ 1 bilhão.
Outros exemplos são Sarah Jessica Parker, que tem uma marca de vinhos premiada, ou Ryan Reynolds, que comprou a marca de gin reconhecida internacionalmente Aviation. Além deles, estrelas como Cameron Diaz, Angelina Jolie e Brad Pitt também já se arriscaram na indústria de bebidas alcoólicas.
Coppola, o pioneiro
Francis Ford Coppola foi o pioneiro neste mercado. O produtor, roteirista e cineasta reconhecido internacionalmente por dirigir uma das mais elogiadas trilogias da história do cinema, “O Poderoso Chefão”, está envolvido com produção de vinho desde 1975, quando comprou uma vinícola no Napa Valley, na Califórnia.
Ele procurava um pequeno pedaço de terra que pudesse usar como refúgio durante os finais de semana com a família e para produzir seus vinhos. O negócio cresceu tanto que, nos últimos tempos, Coppola vem se dedicando muito mais ao mundo do vinho do que ao cinema. Mas, em alguns momentos, os negócios se cruzam. Em 2016, ele assinou um acordo para ser o patrocinador oficial do vinho para a cerimônia do Oscar de 2017 a 2019. Deu certo. Já são mais de quarenta vinhos produzidos em sua vinícola.
“Considero este movimento mundial como um ótimo negócio, pois é bom para todos os lados. Mas é preciso analisar o cenário sem romantismos. Raríssimas exceções, como o Francis Ford Coppola, investiram por paixão e realmente botaram a ‘mão na massa’. Este negócio é puro business e feeling de oportunidade. Muitas vezes, são os produtores das bebidas que procuram as celebridades para serem representantes.”
Brasil e o gin capixaba
No Brasil, bandas como Sepultura, Paralamas do Sucesso e CPM 22 têm suas cervejas artesanais, o cantor Leonardo lançou uma cachaça, assim como o outro sertanejo Gusttavo Lima também aderiu ao movimento. Galvão Bueno tem seu vinho, assim como Bell Marques, ex-líder da banda Chiclete com Banana, que é produtor dos seus próprios vinhos.
No Espírito Santo, o movimento ganha força com o premiado gin capixaba Dry Cat Gin. Criado há três anos, em Vitória, pelos amigos Ari Oliveira e Luiz Flávio Zanon, a bebida encantou o empresário e investidor Marcus Buaiz, que investiu R$ 5 milhões e criou uma destilaria urbana junto com o empresário e fundador da rede Hortifruti, Gilberto Lopes, que também entrou na sociedade.
O cantor e compositor Thiaguinho foi apresentado ao Dry Cat por Marcus Buaiz que, aproveitando o momento, propôs ao amigo ter a sua própria bebida. Após várias degustações e conversas, Thiaguinho topou e elegeu o Dry Cat Gin como sua bebida. A ideia é aumentar a produção de 60 mil para 360 mil garrafas ao ano. São quatro rótulos do gin e já fazem testes para lançar um negroni engarrafado. A produção está acelerada para o verão brasileiro.
“É preciso analisar que este mercado é de ondas. Já tivemos a onda do uísque, da vodca, da cerveja artesanal e, agora, o gin é a bola da vez. Já existem 300 produtores brasileiros de gin. É preciso surfar agora porque, daqui a pouco, o mercado estará saturado”, completa Adames.