Por João Vitor Castro, participante da oficina de Jornalismo Innovation Writing, realizada pelo WhitepaperDocs em parceria com Sebrae-ES, Sicoob e Hub Fucape.
O ESX – Espírito Santo Innovation Experience contou com um intenso intercâmbio entre a nova geração de empreendedores inovadores, representados sobretudo pelas startups expositoras, o público geral e também pessoas mais velhas, sejam visitantes ou empreendedores tradicionais. A observação é do diretor de atendimento do Sebrae/ES, José Eugênio Vieira, durante o maior evento de inovação do Espírito Santo, realizado de 2 a 5 de dezembro pelo Sebrae/ES, com co-realização do governo do Estado e apoio da Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).
Segundo ele, a diversidade do público é muito positiva. “Tem muita gente de mais idade, 60 anos, 70 anos. É sinal de que há uma curiosidade”, disse.
Vieira considera que a pressa é o que mais tende a dificultar o caminho dos jovens empreendedores, e que pode ser atenuada com esse intercâmbio geracional. “Eu presenciei duas situações no Espírito Santo da pressa. Uma quando foi informatizar a contabilidade do Estado e não se teve a preocupação de preservar temporariamente o que era feito manualmente, e no dia fez-se uma festa no Palácio Anchieta e quando o governador foi apertar a tecla que pediram para ele apertar, não saiu nada. Foi um constrangimento danado por pressa. Vamos testar primeiro. O jovem geralmente tem muito isso, ele quer para amanhã. Precisa de alguém na retaguarda para orientar”, conclui.
Apesar disso, José Eugênio Vieira considera importante que os jovens empreendedores assumam a vanguarda do ambiente de negócios: “Tudo tem o seu tempo, seu espaço, sua época. Essa geração é a geração da mudança, da criatividade. Eu já fiz várias viagens para acompanhar as feiras e fico impressionado com a criatividade do jovem. É um negócio de tirar o chapéu”, afirma.
Outro apontamento de Vieira é sobre a necessidade da ação conjunta entre diferentes atores. “Nós fizemos um evento aqui há pouco mais de três meses e eu fiquei impressionado com a quantidade de organismos que estão juntos com o Sebrae e o governo do Estado, porque sozinho ninguém faz nada. É um erro imaginar que eu vou fazer as coisas só pelas minhas pernas. Não vai acontecer”, pondera.
Com 58 anos de atuação nos setores público e privado, José Eugênio também é um entusiasta das transformações da era da informação: nessa gestão do Sebrae/ES, uma das metas era aumentar a participação no atendimento virtual. Segundo ele, há poucos anos o atendimento do Sebrae era pelo menos 70% presencial. Hoje o modelo foi invertido e a maior parte dos empresários os procuram e consultam apenas virtualmente.
Na opinião do economista, a mudança também passa por questões comportamentais e redução de burocracias. “Nós vamos encerrar o ano com aproximadamente 35 a 40 municípios com sala do empreendedor, e a meta para o ano que vem é chegar a 100% das cidades capixabas”, afirma.
Segundo ele, na sala do empreendedor é possível encontrar tudo o que se precisa para abrir um negócio, com acesso a informação e facilitação de processos burocráticos, além de pessoas especializadas atualizando-se constantemente das mudanças do cenário econômico nacional e global, para passar as informações mais exatas aos empreendedores.