A plataforma de inteligência artificial criada pela startup Aumo, incubada no Espaço Empreendedor da Ufes, vai auxiliar processos administrativos de forma autônoma e inteligente, além de agilizar treinamentos corporativos e atendimentos. Os testes do serviço foram aprovados pelo Banestes, que avalia as possibilidades de contratação da plataforma.
Por Thiago Borges
Seguindo as tendências do mundo da inovação, a Startup Aumo anunciou, na última semana, o lançamento de um chatbot de inteligência artificial para atuar em serviços administrativos de empresas. Chamado de Aumo GPT, a plataforma é pioneira no Espírito Santo e conta com uma rede neural do tipo generativa, treinada e customizada com os recursos do Supercomputador Atena, para modelar as perguntas e respostas de forma autônoma e inteligente.
De acordo com o professor e pesquisador da Aumo, Alberto Ferreira, a rede neural generativa imita a mente humana e, a partir da inserção de dados no programa de computador, as conexões são estabelecidas sendo possível a realização das tarefas demandadas.
“Trabalhamos com uma rede neural profunda do tipo generativa que tem capacidade equivalente ao ChatGPT. Essa plataforma permite que os dados de gestão e outros conhecimentos de uma empresa sejam inseridos, organizados e, a partir daí, são respondidas perguntas levando em conta a documentação indexada. Assim, essas informações ficam acessíveis aos empregados e não se perdem no decorrer do tempo”, contou Alberto.
Desenvolvimento da plataforma
A startup Aumo participou do processo de incubação no Espaço Empreendedor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A equipe, formada pelos professores do Departamento de Informática da Ufes Alberto Ferreira, Claudine Badue e Thiago Santos, em parceria com alunos do curso de Engenharia Elétrica e colaboradores externos das áreas de programação e administrativa, aproveitaram as experiências de outras pesquisas e adaptaram os códigos livres.
A Ufes adquiriu o Supercomputador Atena, com três placas Nvidia A100 e 80 GB de memória, para estudo dos modelos e aprendizado científico. O Atena também vai atender a projetos de outros departamentos da Universidade. Depois de finalizado, o sistema foi migrado para a nuvem. Clique aqui e leia mais sobre o Atena.
“A Ufes teve um papel fundamental para que esse projeto evoluísse. O acolhimento das startups no Espaço Empreendedor é de suma importância para que o conhecimento não vire apenas papel na estante. Temos que valorizar o esforço da Universidade em criar o espaço para que alunos, professores e técnicos possam gerar conhecimento, riqueza, renda e emprego; em dar condições aos pesquisadores de estar no nível de estado da arte”, afirmou Ferreira.
Aumo GPT no Banestes
A iniciativa que nasceu na federal capixaba realizou testes em parceria com o Sistema Banestes. Após a aprovação da experiência, a startup e o banco estão em negociação para a implantar os serviços do Aumo GPT na área administrativa e na rede de agências da instituição financeira.
Se fechado o acordo, o Banestes será o primeiro cliente que a startup pretende conquistar no mercado capixaba, oferecendo os serviços de informação que funcionam de forma autônoma e inteligente, utilizando redes personalizadas de fácil acesso via web e em tempo real. Os preços da licença de uso mensal ainda estão sendo estudados.
O diretor de Tecnologia do Banestes, Vicente Duarte, avaliou como positiva a experiência com a plataforma de inteligência artificial: “Realizamos uma operação assistida para conhecer mais detalhadamente a plataforma. Foi uma experiência positiva, em que testamos a capacidade e habilidade em fornecer respostas coerentes e informativas aos usuários, contribuindo para uma experiência aprimorada”, relatou.
A base de dados utilizada no Banestes continha informações ligadas às áreas que apresentam alto número de atendimentos em busca de orientações e procedimentos internos. “A utilização da ferramenta contribuiu para atendimentos mais ágeis e eficazes aos usuários. Ao atuar como um FAQ (perguntas e respostas) inteligente, a plataforma se propõe a facilitar a automação de tarefas rotineiras e repetitivas, bem como a nos apoiar em treinamentos e alinhamentos operacionais com os empregados”, disse o diretor.
Na sua avaliação, “a experiência de testar uma ferramenta de GPT em uma operação assistida foi bastante interessante e esclarecedora. A capacidade da ferramenta é promissora em compreender e gerar respostas inteligentes conforme o contexto apresentado. Acreditamos no potencial da ferramenta para ser utilizada em ambiente corporativo a partir de aprimoramentos em sua interface e indicadores, ampliando ainda mais suas entregas de valor”.
Com informações do Núcleo de Comunicação da Ufes.